OS QUARENTA DIAS CONSAGRADOS À GLÓRIA DA INSIGNE VIRGEM E MÁRTIR SANTA FILOMENA, A TAUMATURGA DO SÉCULO XIX.
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Tradução da Editora Sacrum Cor Jesu diretamente do original. ______________________
Barcelona, 1850
DIA XXI
Feito o sinal da cruz, prostrando-se com decência ante o altar ou imagem da Santa, com a maior confiança, faz-se o ato de contrição e, em seguida, a reflexão correspondente.
ATO DE CONTRIÇÃO
Ó dulcíssimo Jesus, Deus e homem verdadeiro, Pai, Criador e Redentor meu, em quem creio, em quem espero, a quem amo mais que a mim mesmo! Ó bondade infinita digna de ser amada sobre todas as coisas! Ah, no mais íntimo do meu coração sinto haver pecado contra Vós! Ai! Quisera Deus que minha dor fosse tão veemente que neste mesmo instante se fizesse em pedaços o meu coração, ao considerar que tantas vezes vos tenho ferido! Pesa-me, Deus meu, de vos haver ofendido; pesa-me, igualmente, porque podeis privar-me da glória e arrojar-me no inferno; proponho firmemente, com vossa graça, nunca mais pecar. Perdoai, Senhor, minhas culpas; para que, limpa e pura, minha alma se dedique com mais afinco e fervor a vosso santo serviço e louve à gloriosa virgem e mártir Santa Filomena, minha especial advogada. Dai-me, meu Deus, um espírito fervoroso para imitá-la na fé, na esperança, na caridade e demais virtudes; a fim de que, constante como ela em servir-vos, vos louve também em sua companhia eternamente na glória. Amém.
REFLEXÃO PARA O 21º DIA
Ó Santa Filomena, toda desprendida de si mesma! Até agora vivestes sempre mansa e humilde de coração; porém, sumamente elevada à contemplação da majestade e grandeza de Deus... Oh, que baixo conceito formastes de vós mesma! Pasmada à vista das perfeições infinitas, prorrompias: O que eu sou? Miserável criatura. Ai! Menos que um vil grão da terra, digna do opróbrio e desprezo da plebe. Eu, de mim mesma, nada sou: criada a partir do nada, de mim mesma nada tenho quanto ao ser ou existir; nada de conhecimento, nada de habilidade, nada que não seja um dom do Criador. Se olho para que fim fui criada... Ah, sei que é para servir a Deus e desfrutar de sua glória! Porém, que poderei eu fazer para cumprir aquela santa vontade e obter tão grande prêmio? Eu, que sou incapaz de mover este meu coração e de fazer um único ato meritório sem o influxo da Divina graça? Que distância de mim a meu Deus! É infinita. Não me resta senão confessar-me ingênua que sou uma escrava do Senhor, e, com a ajuda da graça, dirigir zelosa todos os meus pensamentos, palavras e obras à sua maior glória. E Ele, que se dignou criar-me...
Ó Santa verdadeiramente humilde! Se eu pensasse de mim como pensáveis de vós... não, não me teria cegado o inimigo com tanta vaidade e soberba; meu coração humilde teria estado sempre sujeito à vontade Divina. Ao menos agora, minha Santa, alcançai-me de Jesus, por meio de Maria, a verdadeira humildade. Quão grande benefício será este de vós espero! Ai! Deus resiste aos soberbos; e aos humildes? Aos humildes dá a sua graça.
Aqui se meditará um pouco, e depois se fará a seguinte:
RESOLUÇÃO
Humilde, ó Deus, quero ser.
A soberba Vós condenastes.
Muitos há que, tendo pecado,
Com Lúcifer estão a padecer.
ASPIRAÇÃO
Discite à me, quia mitis sum, et humilis corde. Mat. 11.29.
Como seremos soberbos se, com seu exemplo, o Salvador nos ensina a ser mansos e humildes de coração?
Agora se dirá um Pai Nosso, três Ave Marias em um Glória ao Pai, para alcançar de Deus, por meio de Maria Santíssima, e com a ajuda de Santa Filomena, o que se pede neste santo exercício; e logo se concluirá com a oração final.
ORAÇÃO FINAL
Ó Santa Filomena, minha protetora, digna de minha maior veneração! Contemplando-vos, ou entre as penas do vosso martírio, ou coroada com a coroa da glória que por isto merecestes, vos suplico me alcanceis de Jesus, vosso dulcíssimo Esposo, a quem tanto amastes e por quem tanto padecestes, a luz de uma fé tão viva que jamais se apague, uma esperança tão firme que nunca desconfie, e um amor de Deus e do próximo tão ardente que sempre a minha vontade e o meu coração, unidos com o meu Criador e Redentor, se desdobrem em atos fervorosos de tão santa virtude. Fazei com que eu aborreça, a tal ponto, a infidelidade e o paganismo que derrame, continuamente, lágrimas pela conversão dos infiéis pecadores que, infiéis e sem temor, se entregam a tantas desordens; e já que vós, por não serdes infiel ao esposo Jesus, destes a vida com tantos tormentos, rogai pela salvação de todas as almas; fazei que, animados com a vossa poderosa proteção, sirvamos sempre fervorosos a Jesus, nosso Salvador, e alcancemos a dita de ir ao Céu para dar a Ele e a vós as devidas eternas graças. Amém.
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