OS QUARENTA DIAS CONSAGRADOS À GLÓRIA DA INSIGNE VIRGEM E MÁRTIR SANTA FILOMENA, A TAUMATURGA DO SÉCULO XIX.
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Tradução da Editora Sacrum Cor Jesu diretamente do original. ______________________
Barcelona, 1850
DIA XXIII
Feito o sinal da cruz, prostrando-se com decência ante o altar ou imagem da Santa, com a maior confiança, faz-se o ato de contrição e, em seguida, a reflexão correspondente.
ATO DE CONTRIÇÃO
Ó dulcíssimo Jesus, Deus e homem verdadeiro, Pai, Criador e Redentor meu, em quem creio, em quem espero, a quem amo mais que a mim mesmo! Ó bondade infinita digna de ser amada sobre todas as coisas! Ah, no mais íntimo do meu coração sinto haver pecado contra Vós! Ai! Quisera Deus que minha dor fosse tão veemente que neste mesmo instante se fizesse em pedaços o meu coração, ao considerar que tantas vezes vos tenho ferido! Pesa-me, Deus meu, de vos haver ofendido; pesa-me, igualmente, porque podeis privar-me da glória e arrojar-me no inferno; proponho firmemente, com vossa graça, nunca mais pecar. Perdoai, Senhor, minhas culpas; para que, limpa e pura, minha alma se dedique com mais afinco e fervor a vosso santo serviço e louve à gloriosa virgem e mártir Santa Filomena, minha especial advogada. Dai-me, meu Deus, um espírito fervoroso para imitá-la na fé, na esperança, na caridade e demais virtudes; a fim de que, constante como ela em servir-vos, vos louve também em sua companhia eternamente na glória. Amém.
REFLEXÃO PARA O 23º DIA
Ó Santa, perante Deus sempre serena! Quanta satisfação sente o meu coração ao considerar-vos tranquila, em alta contemplação, conversando com Jesus! Sozinha naquela prisão horrorosa, quase esquecida de todos, exposta à disposição de um bárbaro... Com quanto sossego e satisfação ficavas quando, com uma divina inspiração, o Esposo vos animava: Não tens que espantar-te nem temer os poderosos que ameaçam lançar-se sobre ti; Eu estarei em tua companhia, serei eu a tua defesa!... Vos viria à memória, sim, os maus tratos e tormentos de que estáveis ameaçada, e os que por aquele príncipe inumano haviam sofrido já muitos cristãos, mártires aguerridos. Porém, vosso espírito... sim, vosso espírito, com que fidelidade e generoso amor se oferecia a todas as penas e à morte mais dolorosa! Oh, dirias ao amável e poderoso Senhor: — Ó Esposo amado! Minha fortaleza! Jesus de meu coração! Com vossa graça não temerei, ainda que contra mim se levantem formidáveis exércitos de inimigos: sim, hei de pelejar contra eles. Não perderei o amor nem a confiança. Quanta disposição! Quanta força para não se deixar abater! Um coração apegado às coisas mundanas pode facilmente ser enganado com respeitos humanos, temores ou próprias conveniências; porém o vosso, ó Santa Filomena, que padecíeis e pensáveis padecer na terra enamorada de Deus, o vosso coração estava firme, inalterável, conforme à vontade Divina!
Ó Santa toda de Deus e em Deus! Se tal fosse a minha serenidade nos reveses da vida, que posso encontrar; e mais ainda nos assaltos que os inimigos infernais podem investir contra mim... Com quanta tranquilidade eu estaria sob as disposições do Senhor, que nos governa!... Alcançai-me de Jesus, por meio de Maria Santíssima, esta graça. Oh, se a obtenho, como espero, quão virtuosa e santa será a minha alma!
Aqui se meditará um pouco, e depois se fará a seguinte:
RESOLUÇÃO
A santa tranquilidade,
Filha de um perfeito amor,
Vença em mim, rogo-vos, Senhor,
Sempre toda a adversidade.
ASPIRAÇÃO
Dominus illuminatio mea, et salus mea, quem timebo?. Ps. 26.1.
O que temer, se o Senhor que é minha salvação nas perseguições e adversidades me ilumina?
Agora se dirá um Pai Nosso, três Ave Marias em um Glória ao Pai, para alcançar de Deus, por meio de Maria Santíssima, e com a ajuda de Santa Filomena, o que se pede neste santo exercício; e logo se concluirá com a oração final.
ORAÇÃO FINAL
Ó Santa Filomena, minha protetora, digna de minha maior veneração! Contemplando-vos, ou entre as penas do vosso martírio, ou coroada com a coroa da glória que por isto merecestes, vos suplico me alcanceis de Jesus, vosso dulcíssimo Esposo, a quem tanto amastes e por quem tanto padecestes, a luz de uma fé tão viva que jamais se apague, uma esperança tão firme que nunca desconfie, e um amor de Deus e do próximo tão ardente que sempre a minha vontade e o meu coração, unidos com o meu Criador e Redentor, se desdobrem em atos fervorosos de tão santa virtude. Fazei com que eu aborreça, a tal ponto, a infidelidade e o paganismo que derrame, continuamente, lágrimas pela conversão dos infiéis pecadores que, infiéis e sem temor, se entregam a tantas desordens; e já que vós, por não serdes infiel ao esposo Jesus, destes a vida com tantos tormentos, rogai pela salvação de todas as almas; fazei que, animados com a vossa poderosa proteção, sirvamos sempre fervorosos a Jesus, nosso Salvador, e alcancemos a dita de ir ao Céu para dar a Ele e a vós as devidas eternas graças. Amém.
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