OS QUARENTA DIAS CONSAGRADOS À GLÓRIA DA INSIGNE VIRGEM E MÁRTIR SANTA FILOMENA, A TAUMATURGA DO SÉCULO XIX.
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Tradução da Editora Sacrum Cor Jesu diretamente do original.
Barcelona, 1850.
DIA 32
Feito o sinal da cruz, prostrando-se com decência ante o altar ou imagem da Santa, com a maior confiança, faz-se o ato de contrição e, em seguida, a reflexão correspondente.
ATO DE CONTRIÇÃO
Ó dulcíssimo Jesus, Deus e homem verdadeiro, Pai, Criador e Redentor meu, em quem creio, em quem espero, a quem amo mais que a mim mesmo! Ó bondade infinita digna de ser amada sobre todas as coisas! Ah, no mais íntimo do meu coração sinto haver pecado contra Vós! Ai! Quisera Deus que minha dor fosse tão veemente que neste mesmo instante se fizesse em pedaços o meu coração, ao considerar que tantas vezes vos tenho ferido! Pesa-me, Deus meu, de vos haver ofendido; pesa-me, igualmente, porque podeis privar-me da glória e arrojar-me no inferno; proponho firmemente, com vossa graça, nunca mais pecar. Perdoai, Senhor, minhas culpas; para que, limpa e pura, minha alma se dedique com mais afinco e fervor a vosso santo serviço e louve à gloriosa virgem e mártir Santa Filomena, minha especial advogada. Dai-me, meu Deus, um espírito fervoroso para imitá-la na fé, na esperança, na caridade e demais virtudes; a fim de que, constante como ela em servir-vos, vos louve também em sua companhia eternamente na glória. Amém.
REFLEXÃO PARA O 32º DIA
Ó Santa Filomena, atormentada pela angústia! Depois de tantos dias que aquele tirano idólatra vos afligia, enfurecido se vos apresentou naquela horrenda prisão, com seu semblante cerrado, a vista altiva, e destilando por sua boca o veneno de seu coração, com palavras de desprezo, de ódio, de rigor, de tormentos; com sua bestial e bárbara agitação... Oh, com que horror devia vos invadir a viva apreensão de uma morte violenta, à custa de suplícios! A vós, frágil por natureza, tenra em idade, delicada Princesa, criada com os carinhos de vossos pais. Eu, pensaríeis, quebrar a promessa feita a Jesus, meu esposo? Abandonar a sua santíssima lei? E não amá-lo?... Que horror! Ó Deus, conheceis a minha vontade e vede este espantoso temporal... Oh! Um impulso da Divina graça bastaria para serenar uma tempestade tão horrível. Vinde a mim, ouvíeis interiormente, vinde a mim todos os que estais atribulados de penas, e eu vos aliviarei. Ide às portas da Divina providência, que abrirão para o vosso bem. Oh, como se alentara o vosso espírito, seguindo àquela Luz divina! Como se dissiparam aquelas angústias! Fortalecida com a Divina graça, já não aneláveis senão a eternidade, aquele eterno desfrutar, aquele eterno amor, aquela dita de estar unida a Deus para todo o sempre... Quão arrebatada estáveis da bondade e formosura de Deus! Porém eu, ó mártir de espírito, eu como um vil vermezinho, não sei alçar-me da terra, e a mais leve moléstia atormenta o meu coração... Oxalá se, a partir deste momento, eu estivesse sempre em Deus, contemplando sempre a Deus e sempre amando a Deus. Alcançai-me de Jesus esta graça, por meio de Maria Santíssima, e fazei que eu jamais deixe este santo exercício.
Aqui se meditará um pouco, e depois se fará a seguinte:
RESOLUÇÃO
Ó Jesus, suma Bondade,
Em Vós quero sempre estar,
Em Vós sempre meditar,
Desprezando o mundo de cá.
ASPIRAÇÃO
Omnia arbitror ut stercora, Christum lucrifaciam. Phil. 3. 8.
E na verdade tudo isso tenho por perda perante o eminente conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor, pelo qual renunciei todas as coisas, e as considero como esterco para ganhar a Cristo.
[Tradução do Padre Matos Soares].
O mundo todo, sim, é corruptível, é desprezável; grande negócio é para a alma amar de todo o coração a Jesus, que é todo amor.
Agora se dirá um Pai Nosso, três Ave Marias em um Glória ao Pai, para alcançar de Deus, por meio de Maria Santíssima, e com a ajuda de Santa Filomena, o que se pede neste santo exercício; e logo se concluirá com a oração final.
ORAÇÃO FINAL
Ó Santa Filomena, minha protetora, digna de minha maior veneração! Contemplando-vos, ou entre as penas do vosso martírio, ou coroada com a coroa da glória que por isto merecestes, vos suplico me alcanceis de Jesus, vosso dulcíssimo Esposo, a quem tanto amastes e por quem tanto padecestes, a luz de uma fé tão viva que jamais se apague, uma esperança tão firme que nunca desconfie, e um amor de Deus e do próximo tão ardente que sempre a minha vontade e o meu coração, unidos com o meu Criador e Redentor, se desdobrem em atos fervorosos de tão santa virtude. Fazei com que eu aborreça, a tal ponto, a infidelidade e o paganismo que derrame, continuamente, lágrimas pela conversão dos infiéis pecadores que, infiéis e sem temor, se entregam a tantas desordens; e já que vós, por não serdes infiel ao esposo Jesus, destes a vida com tantos tormentos, rogai pela salvação de todas as almas; fazei que, animados com a vossa poderosa proteção, sirvamos sempre fervorosos a Jesus, nosso Salvador, e alcancemos a dita de ir ao Céu para dar a Ele e a vós as devidas eternas graças. Amém.
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