OS QUARENTA DIAS CONSAGRADOS À GLÓRIA DA INSIGNE VIRGEM E MÁRTIR SANTA FILOMENA, A TAUMATURGA DO SÉCULO XIX.
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Tradução da Editora Sacrum Cor Jesu diretamente do original.
Barcelona, 1850.
DIA 38
Feito o sinal da cruz, prostrando-se com decência ante o altar ou imagem da Santa, com a maior confiança, faz-se o ato de contrição e, em seguida, a reflexão correspondente.
ATO DE CONTRIÇÃO
Ó dulcíssimo Jesus, Deus e homem verdadeiro, Pai, Criador e Redentor meu, em quem creio, em quem espero, a quem amo mais que a mim mesmo! Ó bondade infinita digna de ser amada sobre todas as coisas! Ah, no mais íntimo do meu coração sinto haver pecado contra Vós! Ai! Quisera Deus que minha dor fosse tão veemente que neste mesmo instante se fizesse em pedaços o meu coração, ao considerar que tantas vezes vos tenho ferido! Pesa-me, Deus meu, de vos haver ofendido; pesa-me, igualmente, porque podeis privar-me da glória e arrojar-me no inferno; proponho firmemente, com vossa graça, nunca mais pecar. Perdoai, Senhor, minhas culpas; para que, limpa e pura, minha alma se dedique com mais afinco e fervor a vosso santo serviço e louve à gloriosa virgem e mártir Santa Filomena, minha especial advogada. Dai-me, meu Deus, um espírito fervoroso para imitá-la na fé, na esperança, na caridade e demais virtudes; a fim de que, constante como ela em servir-vos, vos louve também em sua companhia eternamente na glória. Amém.
REFLEXÃO PARA O 38º DIA
Transpassa, ó Santa Filomena, o meu coração a consideração dos tormentos a que vos expuseram. Porém, se anima o meu espírito vendo-vos vitoriosa. Ao Tibre quis Diocleciano, zombando do céu que vos protegia, e confuso com os argumentos que vos inspirava o Espírito Santo, ao rio Tibre quis que vos arrojassem com uma âncora atada ao pescoço. Bárbaro! desnaturado! Que desonra para um Príncipe levantar-se contra uma donzela de treze anos, filha única de um Monarca! E por que? Ai! porque é cristã, esposa consagrada a Jesus Cristo; porque, fiel e constante em servir ao verdadeiro Deus, não quer abraçar as máximas pagãs. Que?! Não confundirá Deus o furor de um tal idólatra? Que providência a do Onipotente! Baixam do céu os anjos à execução daquele suplício, cortam a corda da âncora; e, que glória! À Santa os anjos transportam sã e salva, em meio à multidão de espectadores daquele prodígio, e os pagãos se convertem em grande número. Que furor o de Diocleciano! Possuído do demônio, que atiçou o seu coração contra Jesus Cristo, não cessa sua barbárie, por mais que note a visível mão de Deus contra suas obras. Que a arrastem, ordenou, pelas ruas de Roma, e depois, que seja atormentada e traspassada por uma chuva de flechas. Corria, ai! o sangue por aquele corpo virginal, e tantas eram as feridas que, perdidas as forças, se achava bem perto da morte. E aquele bárbaro?... Quão confundido ficou ao saber que Filomena, docemente adormecida na prisão, havia sido prodigiosamente curada! Qual não foi o seu furor?...
Ó Santa, protegida de Jesus em meio ao martírio! Quem não admirará, adorará e louvará a providência de Deus em seus Santos? Dignai-vos alcançar-me de Jesus, por meio de Maria, Rainha dos Mártires, este espírito de adoração. Oh! quão elevado será o meu coração! Louvarei sempre o seu poder e bondade e celebrarei a vossa fidelidade e constância.
Aqui se meditará um pouco. Depois, se fará a seguinte:
RESOLUÇÃO
Vossos triunfos, vossa glória
Procurarei celebrar,
Filomena, e não cessar,
Trazendo-vos na memória.
ASPIRAÇÃO
Digitus Dei est hic. Exod. 8. 19.
"...O dedo de Deus está aqui...". (Tradução do Padre Matos Soares).
Que honra a dos mártires, manifestar Deus com singulares prodígios sua santidade e inocência, para confundir a malícia dos tiranos que os perseguem!
Agora se dirá um Pai Nosso, três Ave Marias em um Glória ao Pai, para alcançar de Deus, por meio de Maria Santíssima, e com a ajuda de Santa Filomena, o que se pede neste santo exercício; e logo se concluirá com a oração final.
ORAÇÃO FINAL
Ó Santa Filomena, minha protetora, digna de minha maior veneração! Contemplando-vos, ou entre as penas do vosso martírio, ou coroada com a coroa da glória que por isto merecestes, vos suplico me alcanceis de Jesus, vosso dulcíssimo Esposo, a quem tanto amastes e por quem tanto padecestes, a luz de uma fé tão viva que jamais se apague, uma esperança tão firme que nunca desconfie, e um amor de Deus e do próximo tão ardente que sempre a minha vontade e o meu coração, unidos com o meu Criador e Redentor, se desdobrem em atos fervorosos de tão santa virtude. Fazei com que eu aborreça, a tal ponto, a infidelidade e o paganismo que derrame, continuamente, lágrimas pela conversão dos infiéis pecadores que, infiéis e sem temor, se entregam a tantas desordens; e já que vós, para não serdes infiel ao esposo Jesus, destes a vida com tantos tormentos, rogai pela salvação de todas as almas; fazei que, animados com a vossa poderosa proteção, sirvamos sempre fervorosos a Jesus, nosso Salvador, e alcancemos a dita de ir ao Céu para dar a Ele e a vós as devidas eternas graças. Amém.
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