OS QUARENTA DIAS CONSAGRADOS À GLÓRIA DA INSIGNE VIRGEM E MÁRTIR SANTA FILOMENA, A TAUMATURGA DO SÉCULO XIX.
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Tradução da Editora Sacrum Cor Jesu diretamente do original.
Barcelona, 1850.
DIA 39
Feito o sinal da cruz, prostrando-se com decência ante o altar ou imagem da Santa, com a maior confiança, faz-se o ato de contrição e, em seguida, a reflexão correspondente.
ATO DE CONTRIÇÃO
Ó dulcíssimo Jesus, Deus e homem verdadeiro, Pai, Criador e Redentor meu, em quem creio, em quem espero, a quem amo mais que a mim mesmo! Ó bondade infinita digna de ser amada sobre todas as coisas! Ah, no mais íntimo do meu coração sinto haver pecado contra Vós! Ai! Quisera Deus que minha dor fosse tão veemente que neste mesmo instante se fizesse em pedaços o meu coração, ao considerar que tantas vezes vos tenho ferido! Pesa-me, Deus meu, de vos haver ofendido; pesa-me, igualmente, porque podeis privar-me da glória e arrojar-me no inferno; proponho firmemente, com vossa graça, nunca mais pecar. Perdoai, Senhor, minhas culpas; para que, limpa e pura, minha alma se dedique com mais afinco e fervor a vosso santo serviço e louve à gloriosa virgem e mártir Santa Filomena, minha especial advogada. Dai-me, meu Deus, um espírito fervoroso para imitá-la na fé, na esperança, na caridade e demais virtudes; a fim de que, constante como ela em servir-vos, vos louve também em sua companhia eternamente na glória. Amém.
REFLEXÃO PARA O 39º DIA
Que satisfação a minha, ó Santa Filomena! Vossos triunfos me arrebatam e vossa glória... Ah! hoje o esposo Jesus irá completá-la. Furioso, o tirano dispõe que com agudas flechas sejas atormentada, transpassada até morrer; as flechas, ó Deus, não se prestam à sua bárbara ideia e permanecem nos arcos, e um furor infernal o atiça; vos tem por mágica; e persuadido de que o fogo destruirá o encantamento mágico com que, como loucamente imagina, se operam aqueles portentos, ordena que sejas então atormentada com flechas afogueadas: as disparam contra vós! Que crueldade! As flechas, porém, não a vós não chegam. Que novidade! Voltam atrás. Que admiração! Ferem aos verdugos. Que lição! Alguns morrem ali mesmo. Que castigo do céu! Muitos dos flecheiros repudiam então o paganismo. Que comoção nos corações! E o povo... sim, o povo começa a dar um testemunho ao Deus verdadeiro que vos sustenta. Que prodígio! Oh! é a mudança operada pela destra do Excelso, pela mão direita do Onipotente. Quão enfurecido estava Diocleciano, que presenciava estas maravilhas! Temeroso de algum funesto resultado, ao ver comovido o povo, o bárbaro então confuso, desnaturado, enfurecido das máximas e perfídias... Ai! vos faz decapitar... Ao golpe do cutelo... Ai!... corre e se esparge o sangue... e... Ó fidelíssima esposa de Jesus! Defunta sois na terra, e voa ao céu vosso espírito. Que triunfo! Adornada com as palmas de esposa, de virgem, de mártir... Que deleite! Que doçura ouvir aquele convite: — entra, Filomena, entra acompanhada dos Anjos; entra a desfrutar do gozo de Deus e de seus santos: entra na eterna bem-aventurança. E sois exaltada com o prêmio correspondente a vossos méritos.
Ó minha Patrona! Pedi a Jesus, por meio de sua Mãe Santíssima, que acenda em meu Coração um desejo veementíssimo de levar uma vida santa, para poder possuir aquela glória: ali, ali em vossa companhia será completa a minha felicidade, será a minha dita.
Aqui se meditará um pouco. Depois, se fará a seguinte:
RESOLUÇÃO
Vossa completa vitória,
Ó Filomena, será
O espelho que marcará
Meu caminho até a glória.
ASPIRAÇÃO
Cantemus Domino: gloriose enim magnificatus est. Exod. 15. 1.
"... Cantemos ao Senhor, porque fez brilhar a sua glória...".
(Tradução do Padre Matos Soares).
Louvado seja o poder e magnificência do Senhor que, com os triunfos dos gloriosos mártires, confunde a soberba e a barbárie dos que os perseguem!
Agora se dirá um Pai Nosso, três Ave Marias em um Glória ao Pai, para alcançar de Deus, por meio de Maria Santíssima, e com a ajuda de Santa Filomena, o que se pede neste santo exercício; e logo se concluirá com a oração final.
ORAÇÃO FINAL
Ó Santa Filomena, minha protetora, digna de minha maior veneração! Contemplando-vos, ou entre as penas do vosso martírio, ou coroada com a coroa da glória que por isto merecestes, vos suplico me alcanceis de Jesus, vosso dulcíssimo Esposo, a quem tanto amastes e por quem tanto padecestes, a luz de uma fé tão viva que jamais se apague, uma esperança tão firme que nunca desconfie, e um amor de Deus e do próximo tão ardente que sempre a minha vontade e o meu coração, unidos com o meu Criador e Redentor, se desdobrem em atos fervorosos de tão santa virtude. Fazei com que eu aborreça, a tal ponto, a infidelidade e o paganismo que derrame, continuamente, lágrimas pela conversão dos infiéis pecadores que, infiéis e sem temor, se entregam a tantas desordens; e já que vós, para não serdes infiel ao esposo Jesus, destes a vida com tantos tormentos, rogai pela salvação de todas as almas; fazei que, animados com a vossa poderosa proteção, sirvamos sempre fervorosos a Jesus, nosso Salvador, e alcancemos a dita de ir ao Céu para dar a Ele e a vós as devidas eternas graças. Amém.
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