A origem da Salve Rainha
- sacrumcorjesu
- 12 de out. de 2024
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Del orijen de la Salve Rejina. Texto de 1842. Tradução inédita.

Ainda que Durando, quando fala desta dulcíssima Salve Rainha, nos põe por seu autor um ilustríssimo Senhor Bispo de Compostela, chamado Pedro; não obstante, a opinião mais aceita é a de que foi composta pelo B. Hermanno, monge da ordem de São Bento que, estando gravemente enfermo e não podendo valer-se dos membros de seu corpo por estar inteiramente disto impedido, suplicava à Grande Senhora que lhe livrasse daquela enfermidade tão molesta e dolorosa. Ouviu a Soberana Rainha as súplicas fervorosas do B. Hermanno e, aparecendo-lhe um dia, visivelmente formosa, bela e amorosa, lhe deu a escolher ou a cura de sua enfermidade, ou permanecer com ela, tornando-se, porém, esclarecido em todas as ciências. Hermanno admitiu então ser preferível a última opção, com cuja graça fez tantos e tais progressos em todas as ciências que dificilmente se acharia no mundo quem lhe igualasse. Assim aprendeu tão perfeitamente o latim, o grego e hebraico, que parecia que estes três idiomas lhe eram nativos. Agradecido e obrigado, pois, a esta Soberana Princesa por tão grande e singular graça, no ano de 1040 (segundo Tritêmio no catálogo dos homens ilustres da Ordem de São Bento), compôs esta Salve Rainha. Apenas os fiéis devotos de Maria tinham conhecimento da Antífona, admirados da sua doçura e composição tão agradável, começaram já a cantá-la com a maior devoção.
Primeiramente, o melífluo São Bernardo, não somente a aprovou com sua autoridade, cantando-a com a doçura de seu espírito, senão que em suas obras se lêem alguns de seus sermões, pregados a seus monges, em que com admirável energia explica esta belíssima Antífona.

Nosso Pai São Francisco imitou fervorosamente a São Bernardo, porque quando se encomendava à Virgem, a saudava terno e amoroso com a Salve Rainha. São Boaventura não se contentava de rezá-la somente, mas com seu espírito seráfico procurava adornar esta Salve com versos elegantes, piedosas meditações e frutuosas contemplações.
Finalmente, a Santa Igreja, ao final do ofício divino, e em outras preces salutares, tomou o piedoso costume de recitar esta tão piedosa Antífona para a honra e glória de Maria. E, por mais que os hereges com suas línguas envenenadas tenham procurado destruí-la e apagá-la da memória dos homens, jamais puderam obter isto; pelo contrário, a Salve Rainha vem sempre se espalhando em todo o povo cristão.
Os Sumos Pontífices, com sua poderosa autoridade sempre a tem protegido, defendido e ainda propagado: Gregório IX não somente a aprovou, senão que também mandou que se cantasse em todas as igrejas do Orbe cristão. Inocêncio IV, naquelas turbulências de guerras que o Imperador Frederico travou contra a Santa Igreja, ordenou, com a mais viva expressão, que todo o clero a rezassem todos os dias. O mesmo tem praticado outros Sumos Pontífices em toda a série dos tempos.
Todas as sagradas Ordens religiosas, assim de homens como de mulheres, a têm sempre promovido e praticado. Singularmente, os Padres de São Domingos, já em tempos do Beato Jordão, se obrigaram por voto a cantar esta sagrada Antífona todos os dias depois das Completas.
De todo o dito se pode assegurar, com verdade, que esta Salve Rainha foi composta por uma particular inspiração de Deus, pois se propagou e se estendeu com tamanha presteza por todo o mundo; e que é tão agradável a Maria, que por este meio a piedosíssima Senhora é venerada e louvada por todos os fiéis.
Referência: Del orijen de la Salve Rejina. FINEZAS DE MARIA con los pobres pecadores. P. JOAQUIN DE BERGA. BARCELONA. Ano 1842. Con licencia.

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