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A Verdadeira História de Santa Filomena.

Atualizado: 27 de jul.


Santa Filomena
Santa Filomena

Filha de um rei de pequeno Estado da Grécia, sua mãe também era de sangue real. Não tendo descendência, pagãos que eram, ofereciam frequentes sacrifícios aos deuses do paganismo em que viviam mergulhados, a fim de obter a graça de um filho. Nesse tempo, veio residir em seu palácio um médico romano de grande fama, chamado Públio, fervoroso cristão que foi canonizado santo.  Impressionado com a cegueira e profunda mágoa dos soberanos, manifestada a cada instante, falou-lhes insistentemente de nossa fé cristã e afirmou-lhes que suas preces seriam ouvidas e atendidas se eles abandonassem o culto dos deuses falsos e abraçassem a Religião de Cristo. O eloquente fervor do médico penetrou profundamente no coração dos soberanos, logo iluminados pela graça divina. 

Após madura reflexão receberam o Batismo e, pouco tempo depois, num dia 10 de janeiro, nasceu a filha, a quem no Batismo deram o nome de FILOMENA, luz que lhe iluminou a alma pela graça desse Sacramento. E depois, a Divina Providência permitiu que o seu epitáfio fosse escrito nesse verdadeiro sentido.

Seus pais dedicavam-lhe toda a afeição possível. Desde a tenra infância mostrou Filomena grande disposição para a piedade, amor ardente à virtude, principalmente à pureza. Com onze anos, escolheu Jesus Cristo por seu Esposo e fez votos de perpétua virgindade.

Naquele tempo, Diocleciano ocupava o trono dos Césares. E, por mera ambição, declarou guerra ao pequeno Estado Grego. O príncipe logo vem a Roma, acompanhado de sua esposa e de sua encantadora filha Filomena, que então contava 13 anos. 

Chegando à Capital do mundo, foi logo admitido em audiência com o tirano Imperador. Enquanto o aflito pai advogava a causa do seu pequenino reino, Diocleciano fitava demoradamente a sua filha e, encantado por sua extraordinária beleza, logo responde: “Ide em paz, não vos inquieteis. Em vez de vos atacar, porei à vossa disposição as forças do Império. Mas, com a única condição: dar-me-eis em casamento a mão de vossa encantadora filha”.

Os seus pais, plenamente satisfeitos com a rápida audiência do dono do mundo de então, logo concordaram com a proposta e condição: a mão de sua filha. Esta, porém, recusa terminantemente esta união real: “O Imperador, diz, veio muito tarde. Já dei meu coração, minha alma e minha vontade a outro Soberano, ao Divino Esposo das Virgens cristãs”. Os seus pais levam-na para casa, a fim de convencê-la a aceitar a proposta do Imperador. Tudo em vão. Os pais caem-lhe aos pés, conjuram-na a ter piedade deles e de sua pequena Pátria... E ela, imperturbável e tranquila: “Ide dizer a Diocleciano que não... Deus e a virgindade, eis a minha riqueza; o céu, a minha Pátria”.

Santa Filomena
Santa Filomena

Tal firmeza mergulha os pais em um quase desespero. Conduzem-na à presença do Imperador, após tentar a prova de que seu voto de castidade, sem o consentimento deles, fora nulo e que ela devia se convencer “de que não podia rejeitar ser soberana do mundo então conhecido”. Tudo debalde. Responde terminantemente a Princesinha: “Meus pais e meu reino são o meu Deus e o meu céu”. “Deus e a minha virgindade estão acima de tudo mais”…

Informado o Imperador dessa resposta formal e decidida de Filomena, fá-la conduzir de novo ao seu palácio e emprega todos os meios de sedução: promessas as mais fantásticas, lisonjas, um trono o mais alto do mundo... Nada a demove de seu inabalável propósito. Os pais intervêm; e nada pode induzi-la a aceitar o casamento do tirano Diocleciano que, furioso, num acesso de desespero, ordena seja ela lançada numa masmorra, nos subterrâneos de seu palácio, carregada de ferros, esperando que a dor e a vergonha façam-na mudar de disposição. Amarrada de pés e mãos, carregada de cadeias, todos os dias recebia a visita do tirano que lhe renova as suas diabólicas propostas, que ela placidamente recusa: “Nada quero desse homem cruel, em cuja alma só impera o espírito das trevas...”  

Aos 37 dias de sofrimentos os mais atrozes, a Rainha do céu aparece-lhe, aureolada de luz celestial, trazendo nos braços o Divino Filho. “Minha filha, fala-lhe, mais três dias de cativeiro neste cárcere... ao quadragésimo dia, abandonarás este lugar de tormentos.” Ao ouvir estas palavras, o coração da inocente criança pulsa do mais santo contentamento. E logo acrescenta a Mãe bendita: “Ainda sofrerás maiores torturas, por amor de meu Filho. Tem coragem e perseverança, filha querida acima de todas, porque tens o meu nome e o nome do meu Filho. A graça será teu sustento e Eu serei teu amparo. O teu anjo, que foi o meu sobre a terra, o Arcanjo Gabriel, será teu protetor, Eu o mandarei a quem é a minha mais querida filha”.

Santa Filomena e Nossa Senhora
Nossa Senhora visita Santa Filomena na prisão.

Estas palavras, caídas dos lábios da Mãe celeste, acenderam na alma de Filomena uma nova mas invencível coragem e alegria indefinível. A doce visão desapareceu, deixando, na escura masmorra, um perfume do céu. Não tardou a realizar-se o que a Rainha do céu lhe anunciara.

Desesperado de fazê-la ceder aos seus diabólicos desejos, Diocleciano ordena que lhe sejam aplicadas as maiores torturas. Amarraram-na a um poste ou coluna do palácio imperial, despojam-na de suas vestes e recortam-lhe o corpo, deixando-o numa só chaga viva, em meio a horríveis blasfêmias e ameaças. Foi de novo jogada no cárcere, quase moribunda. À noite, dois anjos, rasgando as trevas de sua prisão, aparecem resplandecentes ao seu lado e lhe pensam as chagas. O bálsamo celeste a cura inteiramente e lhe comunica um novo e maior vigor para os futuros tormentos.

Na manhã seguinte, o Imperador, sabendo deste novo prodígio, e vendo-a mais forte e bela, assombrou-se e esforçou-se por convencê-la de que fora o deus Júpiter que a havia curado e lhe destinava a mais rica coroa imperial. Resiste impávida a jovem, repelindo este sofisma, acompanhado de blandícies e promessas as mais sedutoras.  

Louco de raiva, o Imperador ordena que lhe atassem uma corda ao pescoço, presa a uma âncora de ferro, e a lançassem ao Tibre. A âncora caiu no fundo do rio e foi se encravar no lodo; mas, aparecem dois anjos e a transportam sã e salva para a margem do rio, coalhada de uma multidão atenta e silenciosa, sem que uma gota d'água houvesse molhado as suas vestes.

Esse portentoso milagre converteu a um grande número de espectadores. Mais obstinadamente cego e furioso, ordena Diocleciano que a conduzam pelas ruas, sob um chuveiro de dardos agudos, até sua morte. Mas as setas não partiam de seus arcos. Atribuindo este fato à magia, ordena que as setas sejam incendiadas na fornalha e, em sua presença, arqueiros atiram sobre ela os seus dardos incandescentes, que percorrem curta distância, volteiam no espaço e voltam a ferir os próprios arqueiros, seis dos quais caem mortos e os demais se convertem com mais outros espectadores.


Santa Filomena
Santa Filomena

Este público e estupendo milagre de Deus, em favor de sua jovem heroína, acendeu grande entusiasmo e profunda emoção na multidão presente, e mais atiçou a ira e confusão do tirano, que ordenou que fosse imediatamente decapitada, o que aconteceu às três horas da tarde de uma sexta-feira, 10 de agosto, após tantas e tão maravilhosas vitórias do seu Divino Esposo Jesus, que, também numa sexta-feira e às mesmas horas, exalara seu último alento, braços distendidos numa Cruz, cuja sombra se projeta gloriosa através dos tempos, acolhendo almas em flor de heroísmo e vitoriosa santidade, que atrai multidões sucessivas de corações que se banham de sua luz sempiterna e colhem as riquezas de seus benefícios espirituais.

CARNEIRO, Cônego João. Vida de Santa Filomena. Rio de Janeiro: Editora Santa Maria, 1958.


ORAÇÃO A SANTA FILOMENA

 

Ó castíssima virgem, ó invicta Mártir de Jesus Cristo, como Ele flagelada pelos algozes, Santa Filomena, eis-me prostrado de corpo e alma diante de vós, a quem escolhi para minha amorosa advogada, para que eu seja digno de vossa poderosa intercessão junto ao Altíssimo, para meu proveito espiritual e temporal.

Bem sei que gozais do mais alto favor junto a Deus e à Virgem Santíssima, o que faz com que nada vos seja negado, nenhuma graça que lhe pedis, como o provam os inúmeros prodígios que se operam continuamente pelo Onipotente e Misericordioso Deus por toda parte, onde se acrescentar o vosso santo nome Filomena. Ele, por sua sapientíssima providência vos escolheu para a ser nossa esperança e o nosso refúgio e auxílio nas horas de aflição e desespero. Vós sois o nosso socorro neste século atribulado. Bendigo e glorifico ao Senhor pela glória e poder com que hoje vos coroa.

Protegei-me, minha adorada santinha e fazei-me sentir os efeitos da vossa imensa caridade, alcançando-me a graça que com tanta urgência necessito. (Pede-se a graça que se deseja).

Ó Deus, sede eternamente louvado e bendito em vossos Santos.


Pai Nosso e Ave-Maria em honra do sangue da Mártir e se diz: “Santa Filomena, valei-me”.

 

GIACOMELLI, Attilio. Santa Filomena: Virgem e Mártir.  São Paulo: Editora Prelúdio Limitada, 1959.





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